
Pesquisa testa derivado de cana-de-açúcar como substituto de silicone
01/02/2013
''Pesquisa testa derivado de cana-de-açúcar como substituto de silicone
Tetas de porca são marcadas para testes com biopolímero (Foto: Ivo Salgado / Acervo pessoal)
Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pretende usar um material feito a partir da cana-de-açúcar como substituto do silicone em próteses para cirurgias plásticas. Trata-se de um tipo de biopolímero produzido com uso de bactérias. Sua aplicação vem sendo estudada em várias áreas médicas. Na primeira fase de testes, a equipe usou o material em porcas, aplicando cerca de 5 ml em gel nas tetas dos animais.
De acordo com o cirurgião plástico Ivo Salgado, que está fazendo a pesquisa como parte de sua dissertação de mestrado, o biopolímero tem a vantagem de ser melhor aceito pelo organismo do que o silicone, material mais usado em próteses atualmente.
R20;Quando implantamos silicone, não há problema nenhum, só que o organismo cria uma R16;defesaR17;, uma espécie de cápsula para se defender do material dentro da mama, e com o tempo ele precisa ser trocado. Já o comportamento do biopolímero de cana é diferente do silicone. Ele vai sendo substituído por tecidos do animal: o tecido mamário e os que estão em volta, que invadem o biopolímero. Assim, a prótese não precisa ser trocada, e pode ficar dentro do corpo até a morteR21;, assegura Ivo Salgado.
Nos testes feitos com três porcas, o médico injetou o biopolímero em metade das tetas de cada uma das fêmeas para observar o comportamento e a reação à aplicação, totalizando 18 aplicações. R20;Elas reagiram bem, os estudos mostram que é biocompatível, sem causar danosR21;, contou Salgado. A segunda fase da pesquisa envolve outros testes nos suínos, que serão realizados a partir do implante de próteses feitas com o material.
O cirurgião explicou ainda que o passo seguinte é dar continuidade às pesquisas na área, para que possam ser feitos testes em humanos. R20;A gente vai refinar o estudo para que isso possa ser usado em humanos. Faltam ainda análises da Anvisa e de outros órgãos competentes, e isso leva um certo tempoR21;, pontuou.
Ivo Salgado trabalha com cirurgia plástica há 30 anos em Pernambuco, e contou que a procura pelos implantes de seios cresceu muito no estado nos últimos anos, assim como aumentou o tamanho das próteses. R20;Antigamente todo mundo queria mamas pequenas, fazia-se muita plástica para diminuir a mama. Hoje é o contrário: todas querem mama grande. As próteses, de 100 ml, 200 ml, foram sendo substituídas pelas de 300 ml, 350 mlR21;, contou o médico, que calcula realizar cerca de sete implantes de silicone por mês, o que representa de 20% a 30% de todos procedimentos cirúrgicos feitos por ele mensalmente."
Fonte: Cofen.com
Imagem: Cofen.com