BRASÍLIA - O ritmo de novas infecções por Aids teve uma pequena desaceleração em 2011, quando 2,5 milhões de pessoas contraíram a doença em todo o mundo. São mais de 7 mil por dia, sendo que 97% de países de baixa ou média renda, a maioria na África Subsaariana; e 41% na faixa dos 15 aos 24 anos. Em 2010, o número de novas infecções havia chegado a 2,6 milhões.
Em todo mundo, havia 34,2 milhões de infectados com HIV em 2011. A doença provocou no ano passado a morte de 1,7 milhões de pessoas. Os dados são de relatório apresentado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) nesta quarta-feira.
Segundo o Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, há no Brasil 350 mil pessoas com Aids. Além delas calcula-se em 250 mil a quantidade de infectados com HIV que desconhecem ter o vírus. Greco disse ainda que em 2011, em torno de 12 mil pessoas morreram em decorrência da Aids no Brasil, e que a cada ano, entre 25 mil e 30 mil pessoas são infectadas no país.
O relatório trouxe uma boa notícia para quem vive em países de baixa e média renda. Nesses locais, a quantidade de pessoas que receberam tratamento em 2011 alcançou a marca de 8 milhões, 1,4 milhão a mais que no ano anterior. O número, porém, representa apenas 54% das 14,8 milhões de pessoas que poderiam se beneficiar do tratamento contra a Aids.
O relatório mostrou também que o número de novas infecções por HIV em crianças diminuiu significativamente. Foram 330 mil crianças (menores de 15 anos) infectadas em 2011 em todo o mundo, uma queda de 24% quando comparado com 2009. O relatório destaca que a quantidade de infecções em crianças em 2003 - auge da epidemia - foi de 570 mil. No ano passado, havia 3,4 milhões de crianças vivendo com HIV. O total de mortos nessa faixa etária chegou a 230 mil em 2011.
"O maior acesso ao tratamento antiretroviral vem ajudando a reduzir novas infecções por HIV. Os efeitos positivos do tratamento ao suprimir a carga viral em pessoas vivendo com HIV estão ajudando a interromper a transmissão do HIV. As mudanças comportamentais, combinadas com o curso natural da epidemia e o aumento no acesso ao tratamento antirretroviral, resultaram num declínio contínuo nas novas infecções por HIV ", diz o Unaids em nota distribuída à imprensa.
A região com maior número de infectados continua sendo a Áfria Subsaariana, onde viviam 23,5 milhões das pessoas com Aids em 2011. A maior parte das mortes também ocorreu na região: 1,2 milhão. Por outro lado, a África Subsaariana trouxe uma boa notícia: a cobertura do tratamento contra a doença atingiu mais da metade - 56% - dos infectados, algo que, segundo o coordenador do Unaids no Brasil, Pedro Chequer, era algo "inimaginável nos anos 1990".
Na América Latina eram 1,4 milhão de pessoas com Aids no ano passado. Houve no subcontinente 86 mil novas infecções e 57 mil mortes em 2011. Na América Latina, 70% dos doentes têm cobertura de tratamento contra a doença.
Apesar de alguns avanços, o coordenador residente da Organização das Naçoes Unidas (ONU) no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que ainda há dois problemas sérios que podem atrapalhar o combate a Aids. O primeiro é a crise global, que afeta principalmente os países ricos, fonte de ajuda internacional. O segundo é o preconceito.
- O maior aliado desse vírus é a ignorância, o preconceito, a discriminação. Sabemos muito da natureza dessa doença, mas a identificação negativa com a doença persiste - disse Chediek."
Fonte: Yahoo Notícias
Imagem: Blog Jovem Pan