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Nova "vacina genética" previne e combate dependência de nicotina

28/06/2012

Nova "vacina genética" previne e combate dependência de nicotina

Abordagem ativa produção de anticorpos que impedem que a substância chegue ao cérebro e oferece proteção durante toda a vida

Cientistas dos Estados Unidos desenvolveram uma vacina inovadora capaz de combater a dependência de nicotina.

A abordagem, testada com sucesso em camundongos, ativa a produção de anticorpos que impedem que a nicotina entre no sangue e chegue ao cérebro e ao coração.

"A pesquisa mostra que a vacina inovadora é a melhor maneira de tratar a dependência crônica da nicotina. Os anticorpos trabalham como o personagem de videogame ' Pac Man' , limpando o sangue conforme necessário antes que a nicotina possa ter qualquer efeito biológico", explica o pesquisador principal do estudo, Ronald G. Crystal, do Weill Cornell Medical College.

Vacinas contra a nicotina previamente testadas falharam em testes clínicos porque todas elas entregam diretamente anticorpos contra a substância, que só duram algumas semanas e exigem injeções repetidas e caras. Além disso, este tipo de vacina teve resultados inconsistentes, talvez porque a dose necessária possa ser diferente para cada pessoa.

Cerca de 20% dos adultos americanos fumam. Embora os 4 mil produtos químicos presentes no cigarro causem outros problemas de saúde responsáveis por uma em cada cinco mortes nos EUA, a nicotina do tabaco é que mantém o vício.

 

Como funciona

 

Para o trabalho, os pesquisadores produziram uma ' vacina genética' com a ajuda do sequenciamento genético de um anticorpo da nicotina criado artificialmente.

Os pesquisadores colocaram o anticorpo em um vírus adeno-associado (AAV), projetado para não ser prejudicial. Eles também incluíram uma informação que dirigiu a vacina para os hepatócitos, células do fígado.

A sequência genética do anticorpo em seguida, se insere no núcleo dos hepatócitos e estas células começam a produzir um fluxo constante dos anticorpos, juntamente com todas as outras moléculas que eles produzem.

A equipe testou a vacina em camundongos experimentais: alguns foram tratados apenas com a substância do tabaco, outros receberam o produto químico junto com a vacina.

Os resultados mostraram que os animais que não receberam a dose experimental tiveram a pressão sanguínea e atividade do coração reduzidas, sinais de que a nicotina alcançou o cérebro e o sistema cardiovascular.

Já os roedores que receberam a vacina, destacam os pesquisadores, não sofreram alterações em suas funções biológicas.

A equipe agora se prepara para testar a abordagem novamente em camundongos e pela primeira vez em primatas e seres humanos no futuro.

Segundo Cristal, se bem sucedida, a vacina seria melhor se usada em fumantes que estão empenhados em desistir. Ele sugere ainda que a abordagem poderia ser aplicada para prevenir o vício em pessoas que nunca fumaram, da mesma maneira que as vacinas são utilizadas agora para evitar doenças infecciosas.

Fonte: Vox-brasil.com

Imagem: Isaude.net