Metade dos jovens bebe e fuma
27/06/2012
Segundo estudo da Secretaria Nacional Antidrogas, 8,5% dos entrevistados fumam cigarro, sendo que a maioria começou aos 16 anosO consumo de álcool se mostra cada vez mais frequente entre os estudantes dos ensinos fundamental e médio das redes pública e particular do Distrito Federal. O último levantamento realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Ministério da Justiça, revelou que um em cada dois entrevistados (65,1%) disse ter consumido bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na vida e 21,2%, nos últimos 30 dias. Dos que assumiram ingeri-las, 16,6% tinham entre 10 e 12 anos. O uso de tabaco também ficou constatado em 8,5% dos alunos ouvidos, sendo que a maioria - 14,4% - conheceu o cigarro entre 16 e 18 anos. O consumo, porém, caiu entre 2004 e 2010. Para a pesquisa, feita em 2010, 2.425 jovens foram ouvidos.O pai de um jovem de 17 anos morreu de cirrose em razão da dependência de bebidas alcoólicas. O garoto experimentou cocaína aos 12, mas, aos 14, após a perda, passou a consumir crack e a roubar lojas e mercados. Agora, ele quer continuar os estudos - parou na 5ª série do ensino fundamental - e deixar a vida de crimes e de dependência química. "Estava começando a me viciar e, então, eu decidi parar. Quero mudar para ser engenheiro", contou ao Correio.Outro jovem, de 16 anos, também conheceu as drogas aos 12, no Jardim ABC, na Cidade Ocidental (GO). O álcool e o cigarro fazem parte da vida dele desde muito cedo. E nunca foi repreendido pelo consumo. Ele experimentou crack aos 14 anos. "Eu levava todo dia uma pedra (ao colégio) para fumar. A professora percebia e dizia para a minha mãe que eu estava esquisito e com os olhos vermelhos, mas eu falava que só estava com dor de cabeça", contou. O garoto estudou até a 2ª série. "Eu só consegui aprender a escrever o meu nome."DoençaPara o toxicologista e perito criminal Olegário Augusto Versiani, o início precoce do consumo de álcool pode ser uma das portas de entrada para drogas ilícitas. "Os meninos de 10 anos estão bebendo e misturando com outras drogas, como o ecstasy. Isso mostra que ninguém respeita a lei, porque bebida alcoólica era para ser vendida só para adulto, mas as pessoas acham normal ver um adolescente bebendo", destacou. Versiani ainda criticou o sistema de combate a drogas. "As políticas públicas de hoje não são diferentes das de antigamente. A diferença é que deixaram de focar na maconha para focar no crack. Os governos estão investindo pouco em palestras, nos dependentes, na escola e na família", alertou.O consumo de drogas, de cigarro e de álcool entre adolescentes, segundo Versiani, é uma maneira de eles se mostrarem diferentes perante a sociedade. "Isso é uma característica da personalidade dos jovens, mas eles não se dão conta do mal que o álcool faz. Ele degenera e faz com que a pessoa tenha depressão ou algum outro transtorno mais cedo, sem contar que tem mais chances de se envolver em acidentes de trânsito e na criminalidade", avaliou.ResgateO advogado e servidor público Epitácio Junior teve um familiar envolvido com drogas e escreveu um livro de histórias de como os jovens são aliciados na escola e na rua. O exemplar é baseado em experiências pessoais de jovens envolvidos no tráfico de drogas. Para ele, o diálogo entre os pais e os filhos é essencial para evitar tragédias nos lares. "A gente tem muita notícia sobre drogas, mas não temos informação sobre o que fazer quando surge o problema em casa. Escrevi o livro em forma de palestra a fim de que estudantes, professores e familiares saibam dialogar", ensinou. O resgate da vida foi lançado ontem, às 18h, na Câmara Legislativa.Epitácio também pretende iniciar um projeto em parceria com parlamentares e empresários, chamado União Cidadã. "A ideia é que esses parceiros comprem pelo menos quatro exemplares e distribuam para as famílias e em comunidades terapêuticas. Muitos pais perdem o chão quando descobrem que os filhos usam algum tipo de droga e se sentem culpados com a situação dos filhos, mas eles precisam saber que há uma saída para esse problema, e o diálogo é o melhor caminho", ensina Epitácio.DrogasO estudo do Ministério da Justiça também revelou que um terço dos 2.425 jovens entrevistados nas redes pública e particular do Distrito Federal - 31,6% - consumiu drogas pelo menos uma vez. Do total de crianças e adolescentes ouvidos, 1,1% admitiu o uso frequente. Já a proporção de estudantes brasilienses que consomem cocaína passou de 1,8%, em 2004, para 4,1% em 2010.
Mais de 65% dos alunos das redes pública e particular admitiram, em pesquisa do Ministério da Justiça, que experimentaram bebida pelo menos uma vez. Segundo especialistas, assim como o tabaco, ela surge como entrada para drogas ilícitas
Segundo estudo da Secretaria Nacional Antidrogas, 8,5% dos entrevistados fumam cigarro, sendo que a maioria começou aos 16 anosO consumo de álcool se mostra cada vez mais frequente entre os estudantes dos ensinos fundamental e médio das redes pública e particular do Distrito Federal. O último levantamento realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Ministério da Justiça, revelou que um em cada dois entrevistados (65,1%) disse ter consumido bebidas alcoólicas pelo menos uma vez na vida e 21,2%, nos últimos 30 dias. Dos que assumiram ingeri-las, 16,6% tinham entre 10 e 12 anos. O uso de tabaco também ficou constatado em 8,5% dos alunos ouvidos, sendo que a maioria - 14,4% - conheceu o cigarro entre 16 e 18 anos. O consumo, porém, caiu entre 2004 e 2010. Para a pesquisa, feita em 2010, 2.425 jovens foram ouvidos.O pai de um jovem de 17 anos morreu de cirrose em razão da dependência de bebidas alcoólicas. O garoto experimentou cocaína aos 12, mas, aos 14, após a perda, passou a consumir crack e a roubar lojas e mercados. Agora, ele quer continuar os estudos - parou na 5ª série do ensino fundamental - e deixar a vida de crimes e de dependência química. "Estava começando a me viciar e, então, eu decidi parar. Quero mudar para ser engenheiro", contou ao Correio.Outro jovem, de 16 anos, também conheceu as drogas aos 12, no Jardim ABC, na Cidade Ocidental (GO). O álcool e o cigarro fazem parte da vida dele desde muito cedo. E nunca foi repreendido pelo consumo. Ele experimentou crack aos 14 anos. "Eu levava todo dia uma pedra (ao colégio) para fumar. A professora percebia e dizia para a minha mãe que eu estava esquisito e com os olhos vermelhos, mas eu falava que só estava com dor de cabeça", contou. O garoto estudou até a 2ª série. "Eu só consegui aprender a escrever o meu nome."DoençaPara o toxicologista e perito criminal Olegário Augusto Versiani, o início precoce do consumo de álcool pode ser uma das portas de entrada para drogas ilícitas. "Os meninos de 10 anos estão bebendo e misturando com outras drogas, como o ecstasy. Isso mostra que ninguém respeita a lei, porque bebida alcoólica era para ser vendida só para adulto, mas as pessoas acham normal ver um adolescente bebendo", destacou. Versiani ainda criticou o sistema de combate a drogas. "As políticas públicas de hoje não são diferentes das de antigamente. A diferença é que deixaram de focar na maconha para focar no crack. Os governos estão investindo pouco em palestras, nos dependentes, na escola e na família", alertou.O consumo de drogas, de cigarro e de álcool entre adolescentes, segundo Versiani, é uma maneira de eles se mostrarem diferentes perante a sociedade. "Isso é uma característica da personalidade dos jovens, mas eles não se dão conta do mal que o álcool faz. Ele degenera e faz com que a pessoa tenha depressão ou algum outro transtorno mais cedo, sem contar que tem mais chances de se envolver em acidentes de trânsito e na criminalidade", avaliou.ResgateO advogado e servidor público Epitácio Junior teve um familiar envolvido com drogas e escreveu um livro de histórias de como os jovens são aliciados na escola e na rua. O exemplar é baseado em experiências pessoais de jovens envolvidos no tráfico de drogas. Para ele, o diálogo entre os pais e os filhos é essencial para evitar tragédias nos lares. "A gente tem muita notícia sobre drogas, mas não temos informação sobre o que fazer quando surge o problema em casa. Escrevi o livro em forma de palestra a fim de que estudantes, professores e familiares saibam dialogar", ensinou. O resgate da vida foi lançado ontem, às 18h, na Câmara Legislativa.Epitácio também pretende iniciar um projeto em parceria com parlamentares e empresários, chamado União Cidadã. "A ideia é que esses parceiros comprem pelo menos quatro exemplares e distribuam para as famílias e em comunidades terapêuticas. Muitos pais perdem o chão quando descobrem que os filhos usam algum tipo de droga e se sentem culpados com a situação dos filhos, mas eles precisam saber que há uma saída para esse problema, e o diálogo é o melhor caminho", ensina Epitácio.DrogasO estudo do Ministério da Justiça também revelou que um terço dos 2.425 jovens entrevistados nas redes pública e particular do Distrito Federal - 31,6% - consumiu drogas pelo menos uma vez. Do total de crianças e adolescentes ouvidos, 1,1% admitiu o uso frequente. Já a proporção de estudantes brasilienses que consomem cocaína passou de 1,8%, em 2004, para 4,1% em 2010.
Fonte: Tecnodataeducacional.com
Imagem: Veja.abril.com