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Mercadante pretende fazer mudanças no ensino médio

15/08/2012

Mercadante pretende fazer mudanças no ensino médio

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou o estudo de novas medidas que o governo Dilma vai estimular com o objetivo de superar as deficiências do ensino médio, que se encontra estagnado, apesar da ação da administração pública, como mostrou o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) de 2011, divulgado ontem. O número de disciplinas do currículo do ensino de segundo grau é um fator a provocar o baixo aproveitamento nesse nível, constatou o ministro. Segundo Mercadante, são 13 disciplinas que, com o acréscimo de outras optativas, sobem a 19 nas escolas públicas. Isso, para ele, não contribui para a formação de ninguém.

Outra distorção determinante do mau resultado é a quantidade elevada de alunos no ensino noturno, algo que vai exigir também uma providência. O ensino médio não teve os impulsos de outros níveis que conseguiram ultrapassar suas metas, e agora passará a ter. Não oferecia merenda escolar, não contava com o programa do livro didático e não tinha os recursos financeiros, que só passaram a contemplar esse nível de ensino, segundo o ministro, quando o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) transformou-se em Fundeb, que passou a contemplar das creches ao médio.

O índice de aproveitamento do ensino médio esteve, desde 2005, ou encostado na meta, ou abaixo dela, sem contar que a meta é muito baixa. O de 2007 ficou em 3,5 (a meta era 3,4), o de 2009 ficou em 3,6 (a meta era 3,5), e o de 2011 ficou em 3,7 (a meta era 3,7). Apenas o Sudeste e o Sul situaram-se acima da média das demais regiões, encostada na meta de 3,7. Se comparados os Estados, somente sete deles ficaram acima da média do Brasil - Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Santa Catarina - sendo que só Distrito Federal e Minas acima da meta de 2011.

Não houve evolução na aprovação do Ideb do ensino médio de 2009 (0,8) para 2011 (0,8); a evolução no desempenho de matemática foi imperceptível, passando de 274,7 (2009) para 274,8 (2011); em língua portuguesa houve queda, passando de 268,8 em 2009 para 268,6 em 2011.

A meta do Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental era 4,6 e ficou em 5,0 em 2011; nos anos finais do ensino fundamental era de 3,9 e ficou em 4,1 em 2011; no ensino médio a meta era 3,7 e ficou em 3,7 em 2011. O que levou o ministro da Educação à comparação: "Podemos dizer que os anos iniciais foram medalha de ouro, os finais medalha de prata, e o médio, medalha de bronze."

Mercadante mostrou satisfação com os resultados de uma maneira geral, sem deixar de destacar os desafios. "Não estamos aqui para buscar justificativas, mas para construir novos instrumentos para vencer os problemas."

O governo vai investir também na formação de professores e no aproveitamento de experiências que deram resultados positivos em alguns Estados, como a escola de tempo integral, "um caminho promissor para o ensino médio". O Ideb do ensino médio foi feito por amostragem, com apenas 70 mil alunos, que não tiveram motivação para realizar a avaliação. Para Mercadante, o Enem será um indicador importante para avaliar esse grupo porque é censitário, como o Ideb do ensino fundamental.

O estudo, considerando as séries do fundamental, revelou a existência de escola pública com até 8,5 de média, enquanto uma pequena amostragem da rede privada, também incluída no Ideb divulgado ontem, apontou que em nenhum nível as escolas privadas atingiram suas metas, que são maiores que as das escolas públicas. Mercadante acredita que esse não é um dado relevante, por ser amostragem, mas assegura que a partir de 2013 serão adotadas medidas específicas. Entre elas, determinar que a Prova Brasil seja obrigatória também para o ensino privado, medida em estudo no MEC.

Fonte: Valor Econômico

Imagem: Edgarlisboa.com