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Marina Silva reitera importância da reforma tributária e da revisão da qualidade dos serviços públicos no país

03/09/2014

A valorização da democracia e a capacidade de diálogo com o Poder Legislativo e com a sociedade serão pilares fundamentais do próximo governo. A afirmação foi feita pela candidata à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva, em entrevista nesta terça-feira (2) ao jornal O Estado de S.Paulo.
A presidenciável reiterou sua disposição para conversar com todos os setores da sociedade e da política. “Acredito na capacidade do diálogo do Congresso para fazer com que o Brasil tenha uma governabilidade programática, na qual as pessoas apoiem pelo mérito e pelo projeto. O Congresso tem que ser respeitado”, afirmou Marina.
Sabatinada por quatro jornalistas da publicação, Marina tratou de temas como governabilidade, energia e agronegócio, além de responder a perguntas enviadas por internautas pelo Twitter do Estadão. Questionada sobre qual seria sua primeira medida se eleita presidente, destacou a importância da reforma tributária e da revisão da qualidade dos serviços públicos no País, e criticou o atual governo na condução da gestão pública. “Temos hoje 39 ministérios, criados para assegurar uma governabilidade que não funciona”, declarou.
A diversificação da matriz energética brasileira também foi abordada na entrevista, tema sensível e de primeira necessidade para dar sustentação ao crescimento do Brasil, na opinião da candidata. “Queremos que a matriz energética continue limpa e segura, a partir da energia eólica, solar, da biomassa. Hoje se perde o equivalente a quatro usinas de Belo Monte com o não aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar”, disse. “Se tivéssemos investido em biomassa, cujo megawatt/hora custa R$ 200, enquanto o uso de diesel é de R$ 1.700, teríamos uma economia ambiental e do dinheiro público.”

Em linha com a temática ambiental, Marina reiterou seu compromisso com o incentivo ao agronegócio, em diversas linhas de frente. “A agricultura deve prover renda, criar formas inovadoras de produção na propriedade. É um setor aberto ao diálogo”, afirmou.

Marina reforçou sua trajetória política de mais de 30 anos, como vereadora, deputada, senadora e ministra do Meio Ambiente (2003 a 2008), época em que conseguiu negociar com o Congresso o apoio para aprovar projetos que até então estavam parados. “Aprovamos as leis mais difíceis, como a lei de gestão de florestas públicas, a criação do Serviço Florestal Brasileiro, a concessão de florestas públicas, que tramitava há 30 anos no Congresso”.

Política macroeconômica
Na entrevista, Marina também abordou sua visão estratégica para a condução da economia de forma que o Brasil saia do atual cenário recessivo e volte a crescer. “Vamos criar instrumentos para que o governo tenha como meta controlar inflação, tenha recursos para investimentos e para realizar o que nos propomos, ter bens e serviços que melhorem a vida das pessoas”, comentou.

A candidata também anunciou a criação do Conselho de Responsabilidade Fiscal, para gerir a distribuição e utilização do orçamento público no Brasil. “Nossas propostas e compromissos, como o ensino em tempo integral, o Passe Livre, a qualidade dos serviços públicos, são feitos dentro de espaço fiscal que não comprometa nossa determinação de que não haverá irresponsabilidade com gasto público. Nossa política econômica não será uma aventura”, completou.

Perguntada sobre a alteração no capítulo “LGBT” do Programa de Governo , Marina refutou qualquer perspectiva de preconceito e discriminação. “Não há nada que comprometa nosso compromisso com a defesa do movimento LGBT como legítimo e justo, que assegure seus direitos como cidadãos sem qualquer forma de discriminação”.

Fonte: www.marinasilva.org.br