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Luiza Erundina: uma paraibana de posições firmes
24/06/2012
Luiza Erundina: uma paraibana de posições firmes
SÃO PAULO - A principal marca dos 50 anos de carreira de Luiza Erundina (PSB), a intransigência política, veio à tona novamente na semana passada, com a desistência da deputada federal de ser vice da chapa do petista Fernando Haddad, por causa da foto de Paulo Maluf ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A característica - associada à firmeza de posições, mas também à falta de tolerância - rende popularidade entre os eleitores e desconfiança entre os pares, além de inúmeras polêmicas.
Sexta-feira, três dias após ter aberto uma crise na campanha do PT em São Paulo, esta paraibana de 77 anos se dizia "tranquila e em paz". Em seu escritório, num sobrado simples na Zona Sul da capital paulista, contava ter recebido manifestações de apoio de intelectuais e populares. Mostrou orgulho especial pela carta do crítico literário Antonio Candido, fundador do PT. Em três linhas, ele cumprimenta "a companheira pela coragem cívica e coerência socialista".
Enquanto Erundina mostrava a carta, uma vizinha entrou no escritório para elogiar sua "postura digna".
- Tem sido assim em todos os lugares - diz a deputada.
No mundo político, a reação foi diferente. Os coordenadores da campanha de Haddad achavam que a presença de Erundina na chapa traria o risco permanente de crises. Por isso, até se mostraram aliviados com o desfecho antes de a campanha começar oficialmente.
O presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que não se empenharia para convencer a deputada a seguir como candidata a vice porque não teria condições de se deslocar a São Paulo, constantemente, para apagar incêndios.
Um petista que participou da gestão Erundina na prefeitura de São Paulo (1989-1992) diz que a deputada é instável, o que teria sido novamente demonstrado.
- Falam isso as pessoas que não concordam com as minhas posições. Todas as situações em que tive de tomar uma medida firme, contrariando, inclusive, a posição da maioria, eu tomei - contesta Erundina.
Na prefeitura, ela teve problemas com a Câmara e não aprovou seus projetos. No fim da gestão, tinha reprovação de 36% da população, segundo o Datafolha. Quando foi ministra da Administração Federal no governo Itamar Franco (1992-1994), acabou demitida em quatro meses, por apoiar uma greve de servidores:
- Minhas posições são muito claras, objetivas, não fico tentando negociar. Eu não aceito.
Fonte: Globo.com
Imagem: oglobo.globo.com