'Hormônio do amor' também tem efeito negativo de intensificar medo
23/07/2013
"'Hormônio do amor' também tem efeito negativo de intensificar medo
Oxitocina é conhecida por promover laços sociais e combater a ansiedade.
Estudo americano mostra que ela também pode ter efeito contrário.
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A oxitocina – que é conhecida como o “hormônio do amor” por promover laços sociais e combater o estresse e a ansiedade – também pode estimular emoções negativas como o medo, segundo pesquisa da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
O estudo, publicado esta semana no periódico “Nature Neuroscience”, revela que esse hormônio é responsável por desencadear uma sensação de medo desproporcional a partir de situações de derrota social e estresse.
A investigação foi motivada a partir da observação de que pessoas que recebem oxitocina via intranasal apresentam reações adversas recorrentes diante de estímulos de estresse.
O que os cientistas descobriram é que, se alguém passa por uma experiência social negativa, o hormônio ativa uma parte do cérebro que intensifica a memória, o que faz com que o sujeito relembre com clareza do evento estressante mesmo tempos depois de sua ocorrência. A oxitocina também estimula que o indivíduo fique mais suscetível aos sentimentos de medo e de ansiedade no futuro.
Camundongo teria mecanismo cerebral e comportamental semelhante a humanos e pássaros (Foto: BBC)Experimento com camundongos demonstrou que
os que apresentam mais receptores de oxitocina
guardam memórias negativas com mais intesidade
o que estimula sensação de medo (Foto: BBC)
A oxitocina promove esses efeitos negativos, segundo os pesquisadores, por meio do estímulo a uma molécula sinalizadora que permanece ativada por seis horas após a experiência social negativa. Essa molécula aumenta o medo estimulando regiões cerebrais relacionadas ao medo.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores submeteram três grupos de camundongos à presença de outros camundongos agressivos. Um grupo tinha um número aumentado de receptores de oxitocina. O outro, não tinha nenhum receptor desse tipo. O terceiro grupo apresentava um número normal de receptores. Depois de seis horas, os grupos foram novamente colocados juntos aos camundongos agressivos: aqueles que não tinham os receptores não pareciam se lembrar da agressão sofrida anteriormente e não demonstraram medo. Já os com muitos receptores demonstraram uma reação intensa de medo diante dos “valentões”.
“Ao compreender o papel duplo do sistema da oxitocina em estimular ou reduzir a ansiedade, dependendo do contexto social, nós podemos otimizar os tratamentos com ocitocina que melhorem o bem estar, em vez de estimular reações negativas”, diz Jelena Radulovic, principal autora do estudo."
Fonte e Imagem: G1.globo.com