Hemosc implanta novo teste para detectar o vírus da Hepatite B nas doações de sangue
23/06/2015
Todas as doações de sangue na hemorrede estadual são testadas para detectar o vírus da Hepatite B. O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) implementou a realização do Teste de Amplificação de Ácido Nucleico (NAT) para verificar a existência do genoma do vírus que transmite a doença, em complemento aos testes sorológicos atualmente utilizados. Embora não haja exigência legal, a medida é adotada para aumentar ainda mais a segurança transfusional.
A diretora geral do Hemosc, Denise Linhares Gerent, destacou que a instituição sempre foi pioneira na implantação de novas tecnologias para segurança transfusional. “O Hemosc foi definido pela Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) como piloto na realização dos testes de biologia molecular para doenças infecciosas em 2007”, disse a diretora. Os reagentes laboratoriais são produzidos no Brasil por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS) e a Fiocurz/Biomanguinhos.
O aumento da segurança transfusional decorre da redução do tempo da janela diagnóstica com a utilização do teste. De acordo com a bioquímica chefe do Laboratório de Sorologia do Hemosc, Andrea Petry, no caso do vírus da Hepatite B a redução é de 45 para nove a 12 dias. Todos os hemocentros de referência no Brasil realizam esse teste laboratorial. O Hemosc também faz testes genéticos para HIV e para Hepatite C pelo Ministério da Saúde e os demais sorológicos exigidos pela legislação brasileira a cada doação.
O NAT utiliza uma plataforma automatizada com grande capacidade de processamento que permite analisar, ao mesmo tempo, até 552 amostras de sangue por rotina, com alta rastreabilidade e sensibilidade para detecção dos vírus da AIDS (HIV) e Hepatite C (HCV). Desta forma, é possível detectar agentes patogênicos transmissíveis por transfusão sanguínea em períodos menores do que testes convencionais hoje utilizados nos hemocentros. O objetivo é analisar até 3,5 milhões de bolsas de sangue transfundidas em pacientes SUS anualmente, cobrindo integralmente a hemorrede pública brasileira.
A Hepatite Bé uma doença infecciosa inflamatória do fígado transmitida pelo HBV. A transmissão pode ser de mãe para o bebê na hora do nascimento, em relações sexuais, por injeção ou feridas causados por materiais contaminados e também por tratamento de sangue contaminado. Alguns dos sintomas são fadiga, perda de apetite, vômito, urina escura, náuseas e dor abdominal.
A prevenção mais segura é a vacina contra a Hepatite B, ministrada em três doses. Outras formas de prevenir a doença são evitar o contato com sangue infectado e usar preservativos nas relações sexuais.
Fonte: SES/SC