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HC tem mil obesos na fila para cirurgia em Ribeirão Preto (SP

06/07/2012

HC tem mil obesos na fila para cirurgia em Ribeirão Preto (SP

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

 O trabalhador rural Aparecido Genizelli, 50, já não tem mais a disposição de antes para cuidar de suas laranjas em Ibitinga. Além da idade e de problemas cardíacos, o inimigo é o peso: 192 kg.

Genizelli é um dos cerca de mil obesos na fila de espera por cirurgia bariátrica --de redução de estômago-- no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Com estrutura física e equipe limitadas, o HC enfrenta uma conta que não fecha.

A cada ano, cem novos obesos inscrevem-se em busca da cirurgia, mas o hospital realiza no máximo 80 procedimentos por ano.

O HC é o único hospital da região que realiza a cirurgia gratuitamente, via SUS.

Outro agravante é que dificilmente o hospital conseguirá atingir neste ano a média de 80 cirurgias.

Pelo espaço físico limitado do centro cirúrgico do hospital, a equipe consegue executar duas operações por semana.

O problema acentuou-se com a greve dos anestesistas no ano passado --a paralisação atingiu todos os tipos de cirurgias.

Com poucos anestesistas, passam na frente cirurgias prioritárias, como as de câncer ou de infecções agudas.

Segundo o diretor-técnico do Centro de Cirurgia Bariátrica do HC, Reginaldo Ceneviva, há nove meses quase não se faz cirurgias do gênero no hospital. A previsão é de voltar à média de duas por semana até agosto.

"Não existe capacidade de atendimento para a demanda. Hoje a obesidade no país tem caráter de epidemia", afirmou Ceneviva.

Para a equipe do HC, é praticamente impossível garantir que todos sejam operados. "Nem que o HC se transformasse só em hospital para cirurgia bariátrica atenderia a demanda", disse o nutrólogo José Ernesto dos Santos.

Na região de Ribeirão, em um universo de 2 milhões de habitantes, 60 mil já são consideradas obesos mórbidos, segundo estimativa do HC.

O serviço começou no hospital em 2000, de modo tímido --cinco cirurgias por ano. Desde então, a fila de interessados só cresce.

O trabalhador rural Genizelli, por exemplo, inscreveu-se há dois anos na fila para passar pela operação, depois de sofrer dois infartos.

Ele faz tratamento cardíaco no HC, mas não sabe quando ocorrerá a sua cirurgia para reduzir o estômago.

"Precisava ser mais rápido, porque a pessoa pode morrer sem ser chamada", disse.

Fonte: Uol.com

Imagem: folha.uol.com