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Gargalo do ensino técnico faz operário ir até ao exterior
05/08/2012
05/08/2012-04h00
Gargalo do ensino técnico faz operário ir até ao exterior
VENCESLAU BORLINA FILHO
ENVIADO A RESENDE E PORTO REAL
Para chegar a técnico em segurança do trabalho da MAN Caminhões, em Resende, e conquistar a qualidade de vida que tem hoje, Ivan do Carmo Ramos, 39, teve que correr e superar limites até então nunca imaginados.
Antigo morador de Barra Mansa, ele viajava todo dia a Resende para trabalhar como montador na fábrica e, à noite, seguia para Volta Redonda, onde buscava conhecimento para se qualificar.
"Hoje moro em Resende, tenho meu carro e já penso em sair do aluguel e adquirir a casa própria. Só estou esperando a oportunidade. Consegui muitas coisas com o meu esforço e o meu trabalho na empresa", disse.
Assim como Ramos, centenas de trabalhadores precisam correr para se qualificar e buscar emprego na indústria automotiva do centro-sul fluminense. Mesmo assim, falta mão de obra qualificada --engenheiros, mecânicos, administradores.
O poder público reconhece o problema. "Faltam unidades de ensino técnico", disse o prefeito de Resende, José Rechuan. Ele negocia a vinda de uma escola técnica federal para a cidade, mas ainda sem prazo.
Enquanto isso, até para a Argentina são enviados funcionários que precisam de especialização. Foi o caso de Marcelo Chagas do Nascimento, 31, morador de Porto Real e desde os 18 anos na fábrica da PSA. A empresa o mandou a uma escola argentina para que ele se especializasse como funileiro.
"Depois de um ano de volta no Brasil, tornei-me líder do setor de funilaria e consegui garantir espaço na empresa. Meu salário aumentou e minha vida melhorou." Mas Nascimento queria mais. Continuou estudando e foi convidado por outra empresa. O salário melhor fez com que ele deixasse a PSA, e hoje ele é sócio numa empresa que presta serviços à gigante do setor automotivo.
Para quem corre atrás dos estudos, o salário médio mensal de um trabalhador iniciante na indústria de Porto Real pode chegar a R$ 2.100. É o quinto maior salário oferecido no Estado do Rio e o 20º na região Sudeste. Em Resende, a remuneração média é de R$ 1.500, segundo levantamento feito da Firjan. É a décima maior remuneração no Estado e a 92ª no Sudeste.
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Fonte: Folha.com
Imagem: Istoepiaui.com.br