Enfermeiros nas urgências já podem pedir exames no momento da triagem
10/03/2015
Portugal - Enfermeiros que estão na triagem nos serviços de urgência já podem pedir exames.
Os enfermeiros já podem pedir exames no momento da triagem nas urgências hospitalares. Segundo a norma da Direção-Geral de Saúde (DGS), que concretiza uma alteração legislada e publicada sob a forma de despacho a 2 de fevereiro, os enfermeiros vão poder pedir eletrocardiografias e radiografias.
“No momento da triagem de Manchester, devem ser implementados os seguintes algoritmos: eletrocardiografia simples de 12 derivações, nas situações de dor torácica e radiografia simples do aparelho esquelético, nas situações de monotrauma com deformidade e/ou incapacidade funcional, valorizando a avaliação da intensidade da dor”, lê-se na norma publicada esta sexta-feira.
Apesar do parecer negativo da Ordem dos Médicos, esta medida será introduzida de forma voluntária e experimental pelos hospitais e terá a duração inicial de um ano.
Para além desta maior autonomia, os enfermeiros terão outro papel fundamental. Diz a DGS que “os serviços de urgência devem assegurar a dotação e formação da equipe de enfermagem, de modo a garantir a supervisão dos doentes urgentes após 1h de espera”.
A DGS determina ainda que todos os serviços de urgência devem ter o sistema de triagem de Manchester em funcionamento até ao último dia deste ano, assim como devem ter organizados os Cuidados Hospitalares Urgentes ao Doente Traumatizado e devem criar e implementar a Via Verde de Sépsis.
Os diretores do serviço de urgência, até serem emitidas normas específicas pela Direção-Geral e Ordem dos Médicos, serão responsáveis por criar e atualizar o regulamento de encaminhamento interno dos doentes, a ser utilizado após a triagem de Manchester.
Até 31 de março, as Administrações Regionais de Saúde devem identificar os hospitais que vão implementar estas medidas e disso notificar a Direção-Geral da Saúde.
Explica a DGS que a uniformização de procedimentos e o “encaminhamento interno das situações clínicas, mais frequentes para áreas de especialidade, deverá ser definido em cada hospital, de forma a facilitar o acesso, em tempo útil, à observação médica adequada, com redução dos tempos de espera e de permanência no serviço de urgência”.
A triagem de Manchester, implementada em Portugal no ano 2000, permite identificar uma prioridade clínica, com posterior alocação do doente na área de atendimento mais adequada. A cada doente, consoante a sua prioridade, é dada uma pulseira com uma cor.
Fonte: Observador