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Descobertas variantes de tumores na mama

21/06/2012

Descobertas variantes de tumores na mama

» Bruna Sensêve

Quando se fala em câncer de mama, a maioria das pessoas pensa em uma única doença. Isso, porém, não é verdade. Os tumores malignos no órgão estão envolvidos com dezenas de diferentes mutações no DNA, relacionadas a diversos subtipos. No maior esforço de sequenciamento genético desse mal até agora, cientistas do Instituto Broad, do Instituto Nacional de Medicina Genômica da Cidade do México, do Centro Médico Beth Israel e do Instituto de Câncer Dana-Farber descobriram variantes surpreendentes em genes que não eram anteriormente associados à doença. O resultado do trabalho foi publicado na edição de hoje da revista Nature.

Uma das descobertas da equipe é que a translocação - fenômeno no qual fragmentos do cromossomo trocam de lugar - nos genes MAGI3 e Akt3 está associada a uma forma rara mas agressiva do mal, conhecida como câncer de mama triplo-negativo. Esse subtipo não responde à terapia hormonal convencional. A outra alteração observada pelos pesquisadores foi detectada nos genes CBFB e RUNX1. Translocações entre esses dois genes são comuns em cânceres de sangue, como leucemia mieloide aguda, mas essa é a primeira vez que são detectadas em um tumor de mama.

"Esses genes não estariam no topo da lista daqueles cujas mutações você associaria ao câncer de mama", diz Alfredo Hidalgo Miranda, coautor do estudo. "Por isso é importante fazer esse tipo de análise. Ela fornece a oportunidade de encontrar os genes que você nunca imaginou que estariam envolvidos no desenvolvimento da doença", completou. Para fazer o estudo, os cientistas analisaram dois tipos de amostras. Eles sequenciaram os exomas - frações do genoma que contêm os códigos genéticos proteicos - de 103 tumores de câncer de mama, além do DNA do tecido normal de pacientes do México e do Vietnã. Os pesquisadores também examinaram 100% do genoma de outros 22 tumores.

"Uma das lições do nosso estudo é a real diversidade de mutações no câncer de mama. Eu acredito que pelo menos 50 genes mutados estão envolvidos com a doença", diz Matthew Meyerson, coautor do artigo e professor de patologia do Instituto do Câncer Dana-Farber. "Nós não entendemos ainda todas essas variantes, mas grandes conjuntos de dados, como obtivemos agora, nos permitirão estudá-los melhor", completou.

Fonte: Cofen.empauta

Imagem: biogilmendes.blogspot