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Defensoria quer reativação de hospital de servidores no Rio

17/07/2012

Defensoria quer reativação de hospital de servidores no Rio

Transferência de 41 pacientes durante a madrugada de domingo, sem que parentes fossem avisados, foi criticada


A Defensoria Pública da União decidiu ontem ajuizar uma ação civil pública na Justiça Federal para reestabelecer as atividades do Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), desativado no domingo após decisão judicial. Médicos da unidade e familiares denunciaram as condições em que foram feitas as transferências de 41 pacientes durante a madrugada.

A realocação dos doentes e a desativação do hospital foram autorizadas na sexta-feira, após a cassação de uma liminar que garantia o seu funcionamento.

O Iaserj é alvo de uma disputa judicial desde 2008, quando o governo do Estado anunciou a cessão do terreno para implementar um câmpus de atendimento, ensino e pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Para o defensor público André Ordacgy, a remoção dos pacientes e a cessão do terreno são inconstitucionais. "A sociedade perde um polo de atendimento, isso é um retrocesso de garantias sociais. O Estado desmantelou o Iaserj sem aumentar o número de médicos e a estrutura de outras unidades."

A ação pede, em caráter liminar, o reestabelecimento das atividades do Iaserj até que haja a equivalência em outras unidades do número de leitos do hospital. O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) informou que vai apurar a denúncia de que as remoções teriam sido feitas às pressas e sem comunicação às famílias do local para onde os pacientes eram levados.

Crime. Os médicos e funcionários do hospital classificaram a remoção como criminosa. Segundo eles, a ação não respeitou pareceres dos médicos responsáveis pelos pacientes e a vontade das famílias. "É uma questão ética. Se você assiste a um paciente, outro médico não tem o direito de vir aqui e fazer uma avaliação sobre a transferência", afirmou Nelson Ferrão, ex-diretor do hospital exonerado há um mês após questionar o fechamento do Iaserj. Contrariando a determinação judicial, eles continuaram atendendo aos pacientes.

Ontem, o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, defendeu a transferência dos pacientes, segundo ele, feita com a supervisão de uma junta médica. Côrtes também afirmou que a remoção aconteceu à noite para evitar manifestações "violentas".

"Não vamos abrir mão de ter o maior centro de oncologia da América Latina por que uns poucos funcionários não querem mudar de endereço", disse. O diretor do Inca, Luiz Antonio Santini, disse que a licitação para a construção do novo prédio está na fase final. "O cronograma dependia da transferência."

Fonte: Estadao.com

Imagem: Estadao.com.br/rio