Criação de 50 cargos comissionados na UEG gera polêmica em Goiás
12/08/2013
"Criação de 50 cargos comissionados na UEG gera polêmica em Goiás
Projeto de lei prevê gasto anual de quase R$ 2 milhões com novos salários.
Para MP, universidade tem demandas mais urgentes com a estrutura.
Depois de uma greve de quase três meses, uma nova polêmica envolve a Universidade Estadual de Goiás (UEG). Está na Assembleia Legislativa um projeto de lei para a criação de 50 cargos comissionados. Se a proposta for aprovada, o gasto total com esses salários chegará a quase R$ 2 milhões por ano, ou seja, uma média de R$ 40 mil anual para cada novo funcionário.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) questiona a eficiência do gasto. "Por que se gastar tanto dinheiro, com a criação de 50 cargos, quando existem outras demandas muito maiores, muito mais graves, a serem atendidas por parte da universidade e que infelizmente não estão sendo?", questiona o promotor Fernando Krebs.
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Segundo o promotor, a contratação de comissionados não é a melhor forma de renovar os quadros da universidade. O MP de Anápolis moveu uma ação judicial pedindo a realização de concurso para servidores da UEG, o que ainda não ocorreu.
"O MP pode questionar a violação do princípio da eficiência, e se não seria mais útil a utilização desse dinheiro para atender os problemas de estrutura a universidade", diz Krebs.
O G1 entrou em contato com a UEG, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Reclamações
Por causa da estrutura precária, da falta de concursos e por melhores salários, estudantes e professores iniciaram uma greve no fim de abril. A paralisação terminou no fim de julho com a promessa de melhorias salariais e de plano de carreira para os professores. Mas os problemas estruturais continuam sem solução.
Os acadêmicos sofrem com a falta de professores e as más condições dos prédios. As marcas de infiltração estão os tetos e nas paredes. Elevadores estão quebrados há meses e, sem poder subir escadas, estudantes cadeirantes são prejudicados.
Nas salas de aulas, aparelhos de ar-condicionado não podem ser ligados porque a rede elétrica não suporta sobrecarga. Nas bibliotecas, a reclamação de livros velhos e defasados. Os estudantes da UEG reivindicam ainda a construção de laboratórios e restaurantes universitários."
Fonte e Imagem: G1.globo.com