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BRASIL, UM PAIS DE EVANGÉLICOS
02/07/2012
BRASIL, UM PAIS DE EVANGÉLICOS
O Brasil caminha para deixar de ser um "país católico". Há trinta anos, 89% da população se declarava seguidora da Igreja Católica. Agora, dados do Censo 2010 divulgados pelo IBGE revelam que essa proporção baixou para 65%. Mais: o número de fiéis, que vinha aumentando num ritmo cada vez mais lento, caiu pela primeira vez - em 2010 havia no país 1,7 milhão de católicos a menos do que na década anterior.
Essa queda deveu-se, sobretudo, ao crescimento das igrejas evangélicas. Elas atraíam apenas 7% dos brasileiros em 1980. Hoje, arrebanham 22% da população. Cálculos apontam que, mantido esse ritmo, os evangélicos podem superar os católicos no Brasil em um espaço de três décadas. Seria uma situação única na América do Sul. Atualmente, depois do Brasil, o Chile é o país que tem maior proporção de seguidores da doutrina - 15%, seguido da Bolívia, com 14%.
O principal motor por trás da expansão evangélica no Brasil são as denominações pentecostais. A Assembleia de Deus é a maior delas, com 30% do total de fiéis do país. A Congregação Cristã no Brasil está em segundo lugar, com 5%, e a Universal do Reino de Deus, em terceiro, com 4%. Estudiosos ressaltam, contudo, que o jogo ainda pode mudar. "A Igreja Católica é uma instituição que sobrevive há quase dois milênios e vem tentando se reaproximar da população. Não podemos descartar uma reação em um futuro próximo", diz Cláudio Crespo, sociólogo do IBGE especialista em religião.
Há mais informações surpreendentes no levantamento do Censo 2010. Pela primeira vez, os brasileiros que se dizem pretos ou pardos (51%) superam os brancos (48%). Esse movimento, dizem especialistas, tem sido impulsionado pelo aumento das políticas de inclusão, como as cotas para entrada em universidades (em que a cor da pele é declarada pelo próprio entrevistado).
No geral, o retrato que o Censo 2010 revela é o de um país que avança. Os brasileiros estão vivendo mais: a expectativa de vida atingiu 73,4 anos - não tão longe, por exemplo, dos 78 anos dos Estados Unidos ou dos 77 da vizinha Argentina. E menos crianças estão morrendo: a taxa passou de trinta mortes para cada 1 000 nascidos vivos em 2000 para dezesseis em cada 1 000. A discrepância entre as regiões também diminuiu. O Nordeste e o Norte, historicamente castigados pela pobreza, parecem estar se aproximando do restante do país. Ainda há um trabalho colossal a ser feito, mas o Brasil melhorou.
Fonte: Veja.com
Imagem: Midiagospel.com